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Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/150

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128 DOM JOAO VI NO BRAZIL

villa portugueza: egrejas bem caiadas, que ahi subiam ao numero de treze e arvoravam pretengoes estheticas, ornadas de muitas pinturas executadas por artistas locaes; casa de governo espagosa; cadeia bem a vista; excellente Misericor- dia sustentada mais que tudo pela caridade particular. Ci- dade de lojistas e functionaries, commercial e burocratica (pois que sua unica industria era a dos chapeos de abas largas, e a do districto em redor alguns algodoes baratos) nao possuia Sao Joao d El-Rei mais do que um movimento pacato e nas suas ruas pouco concorridas cresceria o capim si fossem mais largas; a estreiteza e que as fazia parecer mais frequentadas. Comtudo servia de entreposto mercan- til, o mais consideravel da provincia, no tempo da estada de Spix e Martius, recebendo para distribuigao por uma area vastissima do interior manufacturas inglezas, as quaes depois da abertura dos portos foram diariamente ganhando terreno, por causa da sua melhor apparencia e prego mais baixo, e cujo consume foi parallelamente augmentando a medida que, ainda que relativamente, crescia o gosto pelas commodidades. Os tecidos de la continuavam em todo o caso a vir de Portugal, e outros se fabricavam nos interiores rnesmo de Minas.

A vida em Sao Joao era barata e as fortunas accumu- lavam-se, nao havendo quasi em que gastar. Cifrava-se o luxo dos negociantes em terem em volta da cidade, nas eminencias, suas casas de campo com jardins alindados a moda do tempo e pomares com frutas tropicaes e europeas, inclusive muitos parreiraes. As distracc,6es nao passavam de partidas de jogo e danga, alias muito agradaveis porque a escassez dos recursos da instrucgao se nao reflectia de modo algum em incivilidade de maneiras, sendo a gente no geral

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