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Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/158

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136 DOM JOAO VI XO BRAZIL

bugres, pela maior parte bellicosos e ferozes, do que aos colonizadores brancos. Com difficuldade trocavam seus pro- ductos com os das capitanias do littoral e com as raras ma- nufacturas europeas de que mostravam carecer, por meio de tropas que atravessavam penosamente os sertoes minei- ros, alcangando Matto Grosso pelo planalto goyano, ou, ]x menos frequentemente, de embarcacoes que, vencendo os obstsculcs da navegacao, entre elles 113 cachoeiras, attin- giam de Sao Paulo pelo Tiete, Parana e depois pelos affluen- tes do Paraguay a regiao onde por algum tempo se locali- zara a fabula do El Dorado. As communicagSes para o norte com o Grao Para, de Goyaz pelos rios Tocantins e Ara guaya ou de Matto Grosso pelos rios Guapore e Madeira, tao preconizadas pelo governo da metropole para exploracao integral do interior da possessao e efficiencia da defeza contra os Hespanhoes do Pacifico e do Prata, nao tinham quasi surtido resultado, sendo de todo abandonadas como vias regulares e mesmo como designio de administragao, ate que a mudanqa da corte para o Brazil Ihe veio dar novo- incremento.

Antes de trasladada a sede da monarchia, ja D. Ro- drigo de Souza Coutinho afagava alias, como um dos sens pianos favorites, a creagao de um vasto systema de commu- nicaqoes pelo dilatado interior do Brazil, para tanto apro- veitando a sua admiravel rede fluvial, cujos embaracos- nao entravam em linha de conta, como nao costumam en- trar com os sonhadores os impedimentos as suas Utopias. Era uma verdadeira e grandiosa conquista do hinterland aquella com que sonhava D. Rodrigo, igual a que no seculo XIX os Americanos do Norte realizariam no seu continente por meio das vias ferreas, dos barcos a vapor e dos milhoes de

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