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DOM JOAO VI NO BRAZIL 147

rica, ao tempo da estada de Tollenare, existia mesmo mon- tado um engenho de assucar a vapor, tendo o Rei concedido uma recompensa honorifica ao introductor d esse melhora- mento pela sua intellfgente iniciativa.

Tollenare, que em tudo preferia a Bahia a Pernambuco, tece fartos elogios a muitas cousas, entre ellas ao theatro espagoso, commodo e fresco, cujos espectaculos, compostos de dramas burguezes, fargas picantes e occasionalmente pe- c.as sacras, nao eram destituidos de interesse. A jovial socia- bilfdade, que ao Francez devia ser grata, constituia um traco caracteristico da sociedade bahiana, mais exhibido ainda do que nas noitadas do seu theatro, que so nas recitas de gala se enchia inteframente, nas constantes partidas de jogos de cartas, de prendas e de loto, e nos jantares succulentos, cerimoniosos e luxuosos uns, despretenciosos e nao menos gostosos outros, para saborear os quaes se enfiava antes da comida o casaco de brim fornecido pelo dono da casa (i).

Em todas as capitaes de provincia foram geraes por esse tempo no Brazil o augmento da edificacao e o desenvolvi- mento das artes, mais porventura na Bahia do que em qual- quer outra pelo notavel crescimento da sua riqueza, denun- ciado pela annual subida do movimento commercial. As im- portac.6es, que em 1806 eram (segundo um mappa annexe a correspondencia de D. Rodrigo de Souza Coutinho) (2) do valor de 3.600 contos, em 1813 tinham subido a 7.052 contos e em 1816 attingiam 9.084 contos, entrando os escravos por 2.500 contos e seguindo-se em importancia os vinhos quasi 900 contos - - e as chitas - - quasi 800. As exportagoes, constantes principalmente de assucar, aguardente, fumo,

��(1) ftpix e Martins, ob. cit.

(2) Arch. Puhl. do Rio de .Tjirveiro.

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