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148 DOM JOAO VI NO BRAZIL

algodao, cafe, arroz, couros e madeiras, tinham decrescido nos primeiros annos do reinado americano de D. Joao VI, talvez por se generalizar mais o trafico brasileiro, mas to- maram novo impulse e passaram de 3.205 contos no anno de 1813 a 6.156 no de 1816, uma differenga bem mais con?i- deravel que nas importagSes. Em 1816 representavam o tra fico local a entrada de 519 embarcagoes e a sahida de 431. Por isso escreviam Spix e Martius ser a Bahia a mais rica e activa praga de commercio do paiz.

A do Rio, com suas novas instituigoes de credito, suas

transplantadas especulacoes e seus incipientes jogos de bolsa,

offereceria o moderno typo mercantil. Conservava a outra

mais a tradigao nos negocios como em toda a economia. Era

o emporio da velha cultura do assucar: no anno de 1808, o

da passagem da familia real, sahiram do seu porto nada

menos de 26 a 27.000 caixas de 40 a 45 arrobas cada uma,

producto dos 5 1 1 engenhos da capitania. Era tambem o cen-

tro do commercio de escravos, onde affluiam os carregamen-

tos de Africanos, cujo valor regulava 140 a 150 mil reis

cada um, e onde se detinham os alforriados, negros do ganho

e negras quitandeiras. Para estas manufacturavam os ouri-

ves da terra boa parte das correntes, brincos, fivellas e outros

adornos de extensa procura, pois que igualmente os com-

pravam muito os sertanejos de visita a cidade. Tanto mais

numerosos eram elles quanto do littoral bahiano partiam

importantes vias de communicagao com o interior: a estrada

que pela Conquista e rio Pardo ia a Minas, a que pelo rio

de Contas se dirigia a Goyaz e Matto Grosso, para onde se

descia do Joazeiro pelas villas de Pilao Arcado, Barra do

Rio Grande e Urubu, na linha do S. Francisco, e a que,

passando pelo Joazeiro, alcangava as capitanias do Norte,

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