174 DOM JOAO VI NO BRAZIL
fallecimento do respeitavel fidalgo, por quern Dom Joao VI professava tao particular estima e em quern depositava con- fianc.a tao illimitada que, contra a propria opiniao do interes- sado - - o qual comprehendia que por fim Ihe faltava energia physica para se occupar de urn ministerio, quanto mais de quatro, e da presidencia de varias juntas, do commercio, agricultura, navegagao, erario, etc. - - fora cumulando sobre elle emprego e mais emprego, cada qual mais oneroso. Seria de certo porque Ihe reconhecia a perfeita integridade (i).
( Depois de ter sido governador geral em Sao Salvador e vice-rei no Rio durante treze annos e primeiro ministro nove annos, morre sem legar uma choupana a viuva, sem deixar sequer uma mobilia decente. Sei positivamente que nao se achou em casa dinheiro sufficiente para o custeio do funeral. Tanta virtude, tamanho desprendimento seria formosissimo em qualquer paiz, mas no Brazil, Monsenhor, e admiravel, e incrivel ! " Maler fecha com estas palavras o seu singular elogio funebre d aquelle a quern distingue com os epithetos de
patriarcha tao raro quanto veneravel, e coragao o mais nobre e o mais leal."
O alto pessoal politico que agora rodeava o Principe Regente era portanto bem superior, no conjuncto e indivi- dualmente, aos personagens que por ultimo em Portugal o cercavam ao despacho: um Luiz de Vasconcellos, que um inslilto apoplectico tornara meio imbecil e que o auctor ano- nymo da Histoire de Jean VI descreve ganancioso, igno-
��(1) Esta integridade tornava Aguiar mnito inseBsivel ds im- portunacoes dos pretendentes, mesmo e sotoretndo quando se concre-
tizavnm em mimos. "Em penhos para o Conde nao os ha ; e todos
foge-m d elle, e qufrem antes fallar com o Diabo, como ha dias me disse o Confessor de S. A. R. Fr. Joaquim de S. Jose, OUQO dizer que a vmica pessoa, a quoin o dito Conde attende e respeita, he a Antonio de Araujo ; " (Carta de Marrocos de 4 de Marco de 1S12).
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