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DOM JOAO VI NO BRAZIL 177

sympathico a patrfa de refugio, sem esperangas de assistir a um futuro melhor e procurando consolar-se das amargu- ras do presente, que prognosticara, com os encantos das artes, das quaes cultivava com esmero uma, a musica (i).

Aguiar buscava desenfado na litteratura: um dos pri- meiros livros impresses no Rio de Janeiro, na typographia trazida pela mudanga da corte, foi a sua traducgao do in- glez do Ensaio sobre a Cntica, de Pope. Ja nao teria portanto D. Rodrigo pretexto para escrever como o fizera nove annos antes (2) que tremia pela conservacao da sagrada pessoa do principe e da monarquia, quando via que o principe digna- va-se ouvir sobre materia tao difficil e que exige tantas luzes, qual o estabelecimento de um systema federative para a se- guranca da sua Real Coroa trez homens como o Duque (Lafoes), o conde de Villa Verde, e o conde regedor (Pom- beiro) , que sao hospedes em todos os conhecimentos de his- toria, Memorias e Transacgoes que desde a paz de West phalia ate aos nossos dias formam o Direito Publico da Eu- ropa."

Da firmeza de D. Rodrigo pode-se em particular tao pouco duvidar como da sua abundancia de nogoes. For occa- siao das imposigoes de Napoleao relativas ao bloqueio con tinental, quando Antonio de Araujo so procurava o modo de comprazer ao Imperador dando-se disfargadamente r.empo aos negociantes inglezes para liquidarem suas casas e trans- portarem seus bens, fora elle o unico conselheiro d Estado a encarar desassombradamente a hypothese de guerra com a Franga, para isto apromptando-se 70.000 homens e langando- se mao de 40 milhoes de cruzados. Nos conselhos de 18 de

��(1) M( ntdir< v, Tomo V.

C-) I arta cit. dc Nowm-bro di? 17U9.

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