de vinte mil homens e estar sem recursos alguns" (1). Pediu formalmente sua demissão e por ella insistiu, recusando-se até a subir á real presença antes de Ih'a ser concedida. "Procuro a V. A. R., sem que o seu benigno coração haja de sofrer violencia, hum meio de mostrar a Espanha e França que despede hum ministro de sentimentos tão contrarios às vistas de ambos os governos, no momento em que vai unir-se de interesse com elles, não dando esta resolução sombra à Gram Bretanha, pois que não pode ignorar o motivo por que V. A. R. se digna acceitar-me a minha demissão".
N'esta mesma carta increpava elle o Príncipe Regente por não se ter defendido até a ultima extremidade, até ao ponto de transportar a capital do Imperio (se necessario assim fosse) para o Brazil antes do que acceitar condições duras, e ignominiosas." Não era então a primeira vez que D. Rodrigo pensava na colonia americana, pois que cuidara anteriormente em zelar-lhe a existencia, integridade e prosperidade. Logo no inicio da sua carreira de estadista, preoccupara-se extraordinariamente com o estado precario da defeza do Brazil, escrevendo que este negocio Ihe não deixava um momento de tranquillidade, por temer um golpe de mão dos Francezes. " Se V. A. R. fosse servido ordenar ao seu Ministro em Londres que solicitasse doze ou dezoito naus de linha, que viessem para o porto de Lisboa incorporar-se com seis naus de linha de V. A. R., então poderião expedir-se para o Rio de Janeiro cinco ou seis naus de linha com algumas fragatas, que d'ali cobririao o Brazil, visto que do Rio
(1) Carta de 7 de Outubro de 1801, no Arch. Pub. do Rio de Janeiro.