DOM JOAO VI NO BRAZIL 185
jar o alojamento no Paco da cidade nao so sob o ponto de vista do conforto, mas mesmo do espaco sufficiente para a numerosa familia real e seus cortezaos e famulos, apezar do ex-palacio dos governadores e vice-reis haver annexado com passadicos o convento do Carmo, a antiga casa da Ca- mara e cadeia. A generosidade de Elias Lopes foi um tanto commercial, pois que o doador mais tarde apresentou a
conta ao presenteado ; os religiosos de Sao Bento gastaram porem sem segunda intencao para mais de cem mil cruzados no palacete de recreio que, com destino a Dom Joao, prepa- raram na ilha do Governador.
Estas installaQoes eram indicios de que a corte se de- morava no Brazil. Entretanto, pretextando com razao nao acharem casas para alugar, iam os fidalgos ficando n aquellas em que de principio se tinham aboletado, offerecendo pagar boas rendas, que algumas vezes ficavam em promessa e ou- tras eram benevolamente recusadas pelos senhorios. Mello Moraes cita os casos do conde de Belmonte, que assim mo- rou dez annos na residencia do patrao-mor, e da duqueza de Cadaval, que residiu igual tempo ou quasi na chacara do coronel Alves da Costa, ao fim da rua da Lapa. Deram-se mesmo abuses peores. Casos houve em que uma habitac,ao, tomada a titulo de aposentadoria, era sublocada por maior preco, embolsando o supposto hospede a difference, e ate se tornando occasionalmente o proprio senhorio o inquilino do seu inquilino ! ( i )
Taes factos, que se deram mas nao foram por certo tao communs quanto o querem deixar perceber alguns historia-
��(1) A :iboli<;ao do diroifo tie aposnila. loria, quo viora a sor om cxtronio ini])opular, foi i,ncliii(la entre as mcrc. s feitas por Dom Joao VI por O eersiao da sun coroacjao, em l \H v reiro de 1818.
�� �