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Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/225

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 203

mento popular das festas sacras: entre elles sobresahiam os leildes de prendas offerecidas para serem vendidas ao mais alto licitante em beneficio da caixa do templo. Com o amiu- darem-se as sahidas, desenvolveu-se o gosto pelo vestuario, surgio com elle a preoccupagao da moda, e o convivio geral, ao passo que crescia em franqueza, em expansao natural e destituida de malicia, ganhava uma nota de distincgao.

O Principe Regente tarn-hem espalhou o gosto, n elle pessoal e muito pronunciado, pelas representagoes scenicas. Frequentando seguidamente o theatro com a familia real, nao se podia senao esperar que o acompanhasse a corte, e assim, sob pretexto de um passatempo intellectual, se estabe- leceu um ponto de reuniao mundana accessivel a muita gente. Os camarotes eram em boa parte occupados por senhoras da terra, e ate lucrou o bom gosto publico com a livre critica no palco dos costumes e vezos nacionaes.

O soberano comprehendia com a sua sagacidade a alma do seu ministro, que de certo modo vibrava de accordo com a propria, e por isso o patrocinava, sentindo-se ate feliz de encontrar uma vontade firme que desse expressao pratica as suas ideas e concretizasse os seus pensamentos. Tambem D. Rodrigo entregou-se de corpo e alma a tarefa. Reforma- ram-se a policia, a tropa de linha e a milicia; melhorou-se o armamento; augmentaram-se as fortificagoes das fronteiras,, e aprofundou-se pelo estudo o conhecimento do terreno. de embate eventual das forcas militares.

Novas culturas foram tentadas e novas plantas introdu- zidas, creando-se no Jardim Botanico da lagoa de Rodrigo de Freitas um viveiro, entre outras, das chamadas arvores de especiarias (canella, cravo, pimenta, noz-moscada, etc.) e da planta do cha. Abrigava Linhares a esperanga de pro-

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