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DOM JOAO VI NO BRAZIL 205

tado e regressar para a patria, trouxe do Jardim Real vege- taes e sementes que f loresceram no nosso horto. ( I )

Foi deveras copiosa a obra administrativa dos primeiros annos do governo propriamente americano de Dom Joao VI. A caridade publica, que ja se dispensava com bondade e efficiencia na Misericordia e no Hospital Militar, passou a ser melhor exercida ainda mediante a fundacao de uma Casa de Expostos e a organizaqao de um superior conforto nos hospitaes existentes.

Os processes judiciaries adquiriram maior presteza; o correio extendeu-se a todas as capitanias; estabeleceu-se o telegrapho aereo na costa; iniciaram-se os seguros contra fogo e contra naufragios; abriram-se livrarias; regulamen- taram-se a catechese dos indios e o trafico dos escravos.

As finances prosperaram com os estancos mais remune- radores, a menor improbidade e o maior vigor da accao offi cial. Alargou-se a alfandega; facilitaram-se o movimento das embarcacoes, a armazenagem e despacho das mercadorias e o pagamento dos direitos aduaneiros ; entraram a construir- se nos estaleiros navios nao so de guerra como mercantes, para o que se ordenou a remissao de metade dos direitos de entrada sobre os objectos empregados na construcgao naval; comecaram a fabricar-se nos arsenaes de marinha brazil ei- ros petrechos nauticos, taes como velas e cordas, para o que se fizeram no Rio Grande do Sul plantacoes de canhamo. Gresceu muito o commercio ; dimiinuiram as vexagoes e os monopolios a elle attinentes ; ouviram-se os primeiros vagidos das industrias de tecidos e metailurgica; desenvolveu-se e tor-

��(1) D este modo se mtr^duairara na flora brazileira a deira, a oaTOiphoreirn, o ab;ven1(\ o cravo da India, a eanelleira e a chamada arvore do carvao. De Cayenna, onde jA estavam acclimadas, v^eram tamibem ex emp lares das mesmas espeicies.

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