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206 DOM JOAO VI NO BRAZIL

nou-se um quasi nada menos empirica a agricultura ; passou a mais confortavel a vida material, melhorando consideravel- mente o passadio, a comegar pelo pao, e o aceio na venda dos comestiveis; surgiram artifices e ate varredores de ruas.

Foram particularmente numerosas as providencias, pau- tadas pelo criterio economico liberal, tendentes a fomen- tar a agricultura e a industria. A especiaria colhida nas plan- tagoes do Brazil ficou isenta em 1810 do dizimo e de to- dos os direitos por dez annos. Igual isengao se decretou no mesmo anno para os fios de algcdao, e tecidos e estamparias de algodao, seda ou la de fabrico brazileiro. Ja pelo alvara de 28 de Abril de 1809 se tinham isentado de direitos as ma- terias primas importadas para emprego nas manufacturas na- cionaes. Aos Portuguezes que emigrassem para o Brazil e quizessem fixar-se como agricul tores, mandou-se em 1811 distribuir lotes de terras, instrumentos de lavoura e gado e dar mesada nos primeiros tempos. Acolhimento franco e benevolo se extendeu aos estrangeir.os vindos para se dedi- carem a lavoura, e bem assim aos que professassem as artes liberaes e mechanicas. Concederam-se privilegios aos inven- tores ou introductores de alguma nova machina ou novo in- vento nas artes.

A melhor recompensa do estadista que os escriptores es- trangeiros coevos sao unanimes em acatar e elogiar, coube- Ihe por certo quando no theatre do Tejuco, em pleno dis- tricto diamantino, se celebrou a sua apotheose por occasiao da chegada do morro do Filar, a 25 leguas de distancia, do primeiro ferro fundido na fabrica alii erigida pelo intendente dos diamantes por ordem do conde de Linhares. Cavalleiros lougaos foram ao encontro dos carros puxados por juntas de bois, acompanhando-os entre applausos ao Principe Regente,

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