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Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/229

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 207

cuja effigie encimava os carros no meio de varias allegorias a mineragao, cornucopias de abundancia, cyclopes batendo o ferro e um genio calcando a inveja.

O proteccionismo official nao se commetteu todavia a exaggeros, abstendo-se o Governo de conceder favores pro- hibitivos de concorrencia, que permittissem o exclusive a fabricas de "objectos triviaes e manifestos para nao dar lugar a estancos e monopolies", que seriam uma primeira apparicjio na nossa economia dos poderosos syndicates da livre indus- tria actual. A intimidade com a Inglaterra, uma fatalidade po-litica da qual ia resultar o infeliz tratado de 1810, ve- dava qualquer tentativa d aquella natureza que envolvesse um estorvo a conquista mercantil britannica; e por outro lado, apezar de se dizer que era grande o numero de bracos inertes pelo facto de nao possuirem muitos dos nacionaes terras nem meios de se applicarem a agricultura, para a qual se requer p<elo menos um pequeno capital, e apezar de ser realmente grande a abundancia das materias primas como algodao, la, ferro, kaolino e outras, a industria se nao des- envolveu proporcionalmente aos esforgos da administragao e a politica adoptada para sua animagao.

A propensao para a lavoura e commercio era tradicio- nal; grande o apego dos habitantes dos campos ao seu am- biente; mais apropriado o trabalho escravo as plantagoes que as fabricas; escassa, disseminada e por demais inculta a classe donde extrahir operarios livres; avultado o custo e difficil o transporte transatlantico dos machinismos; em des- accordo o meio com o regimen industrial que suppoe um es- tado social mais adiantado. Eram estas outras tantas razoes para contrariar uma tal expansao, si nao T)astasse a do mencio- nado tratado, que ate teve como resultado a desapparicao de

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