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Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/266

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244 DOM JOAO VI NO BRAZIL

expressao tao aguda no seu fino rosto comprido, mostra- va-se por igual devotado as artes, as sciencias e as industrias. Na sua casa encontrava-se sempre hospedado algum profis- sional: ou o cavalheiro Neukomm, discipulo favorito de Haydn e compositor da real capella, ou um pintor italiano agarrado nao se sabia onde, ou algum dos muitos mechani- cos, gravadores ou outros artistas para quem elle obtinha pensoes do Thesouro afim de aperfeigoarem na Europa os seus talentos e aptidoes naturaes. Refere Debret que n um pateo da casa do intelligente ministro existia uma officina para fabrico de porcelana; n uma dependencia funccionava um laboratorio de chimica para melhoramento, entre outras industrias, da distillagao da aguardente de canna; n um de- posito jaziam as pegas incompletas d uma machina a vapor mandada vir de Londres. Logo em seguida a chegada da corte ao Brazil, emquanto D. Rodrigo tomava pressurosa- mente conta das pastas que o seu rival gerira no Reino e que por seu turno d elle viria a herdar, fundou Barca (entao ainda simplesmente Antonio de Araujo) uma Sociedade dc animagao a industria e mechanica, a qual ate 1822 se re- sentiu da apathia geral para emprehendimentos de seme- Ihante natureza, que fora trazida do Reino na esquadra da emigragao e contaminava todos os servigos publicos, para- lysando esforcos individuaes vigorosos e tornando mui pouco fructuosas tentativas promissivas como aquella.

O grupo de artistas importados de Pariz e desembar- cados no Rio em Margo de 1816, era dirigido por Lebreton, secretario perpetuo da classe de Bellas-Artes do Institute de Franga, e compunha-se de J. B. Debret, pintor d historia; Nicolas A. Taunay, pintor de genero e de paizagem; outro Taunay, Augusto, esculptor e irmao do pintor; Grand jean

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