312 DOM JOAO VI NO BRAZIL
zes, mas repellindo qualquer pretengao a mudanga de domi- nio. Nao mais existir a Hespanha, como declarara D. Ro- drigo, parecia-lhe uma arrojada metaphora politica, e para oppor as forgas combinadas de Portugal e Inglaterra, de que D. Rodrigo fazia alarde, possuia a colonia recursos suffi- cientes.
Nao quiz de resto o Francez ficar atraz na jactancia. Aos Paulistas afamados, manifestou elle, nao seriam segura- mente fnferiores na certeza- da pontaria os cacadores de ongas e contrabandistas platinos, dispondo Buenos Ayres, alem d esse valioso elemento irregular e da sua infantaria, artilheria e cavallaria pesada e ligeira, da importantissima contribuigao de guerreiros indigenas offerecida pelos caci ques dos pampas, com um contingente montado, excellente para importunar o inirnigo e prival-o de abastecimentos, sob pena de serem alcangados e aprisionados seus destacamentos forrageadores. ( I )
O conde de Liniers indica Linhares como aferrado a sua idea, apezaf dos esforgos que empregara para d ella o dissuadir, fazendo-lhe sentir os perigos de uma lucta armada e, mesmo no caso de ser a solugao favoravel a bandeira por- tugueza, a fronteira assolada, as populates annexadas re- beldes ao jugo, as cem difficuldades a compor. Nem sempre, porem, o ministro do Principe Regente fallava no mesmo torn arrogante. Punha antes o seu motivo de accordo com as circumstancias que Ihe dictavam um proceder necessaria- mente dubio, ora parecendo auxiliar zelosamente a Princeza quando de facto a ludibriava, ora disfarcando suas intengoes hostis sob palavras de paz. Por isso formalmente o incre-
��(1) British Museum, Co<7> cit.
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