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DOM JOAO VI NO BRAZIL 337

Regencia, correspondendo-se com deputados e geraes das ordens religiosas a tal respeito,e a tudo se compromettendo em cartas tocaditas como ella dizia, isto e, repassadas de amabili- dade e de persuasao. A proposta do deputado D. Pablo Va- liente concernente a esta candidatura, formulada no seio da assemblea nacronal em meados de 1811, foi porem recebida com morras, sendo alto e bom som relembradas as vergonhas domesticas e politicas associadas com o nome da Rainha Mai Maria Luiza, e tendo o representante popular de sahir do edificio escoltado pela tropa e ir para bordo de um navio, afim de escapar a sanha dos contraries.

Muitos eram os interesses que pelejavam contra a re- gencia hespanhola da Princeza do Brazil: a propria repu- tacao da Pretendente, as ambigoes individuaes despertada,s pela nova ordem de cousas entre os politicos partidarios do constitucionalismo radical que implantaram, as illusoes re- publicanas, o partido dos Bourbons de Napoles, a facgao in- gleza e a anti-ingleza que, uma e outra, denunciavam aquella candidatura como contraria as suas preferencias oppostas. Mais que tudo o governo britannico, si bem que acabando por se nao oppor ao reconhecimento platonico dos incontes- taveis direitos de successao ao throno de seus maiores reivin- dicados pela Infanta, nao achava opportuna nem conveniente a sua regencia, sendo em principio infenso a uniao iberica sob qualquer forma. E tal uniao sabemos que em algum tempo constituio o pensamento dominante do governo do Rio e que foi a mola occulta, mas que a cada momento bolia fazendo mover o machinismo da sua politica para beneficio de Portugal. Linhares chegava claramente a insinuar, n uma memoria destinada ao gabinete de Saint-Jnmes, que se nao inventaria melhor contrapeso para o poder alarmante da

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