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DOM JOAO VI 1STO BRAZIL 15

vicioso, os homens de valor achavam-se incomparavelmerite mais no primeiro campo. Ahi se nao encontrava pelo menos urn imbecil como Ponte de Lima do qual se conta que, quando em tempo do governo effectivo de Dona Maria I ac- cumulava trez pastas com a assistencia ao despacho, tinha por, habito antes das suas audiencias bi-hebdomadarias entrar fardado e com a vara de mordomo-mor na mao na sala de retratos dos antepassados, a pedir-lhes a bencao e annunciar- Ihes que em nada desmerecera de tao illustres avoengos pois que estava feito marquez (era antes visconde de Villa Nova da Cerveira), mordomo-mor e primeiro ministro do maior soberano do mundo (i).

Tudo, porem, contribuia para que vingasse a orienta- gao ingleza. Annos antes de iniciada a guerra peninsular, ja as forgas anglo-luzas combatiam hombro com hombro. Assim, em troca dos seis mil soldados destacados para Por tugal pela Gra Bretanha em 1797, na previsao da guerra quasi certa com a Hespanha, tomou a esquadra luzitana parte na batalha naval do cabo de Sao Vicente, na qual os Inglezes derrotaram os Hespanhoes. Logo depois, em 1799, por occasiao da expedigao de Bonaparte ao Egypto e das luctas no Mediterraneo, prestou aquella mesma esquadra ao almirante Nelson reaes servigos, bloqueando Malta, ja que por involuntaria tardanga deixara de ganhar alguns dos lou- ros de Aboukir.

Tambem o primeiro ministerio do Principe Regente fora na sua maioria inglez: compre hendia Balsemao nos ne- gocios estrangeiros ; Ponte de Lima na fazenda; Martinho de Mello na marinha e Seabra no reino. Apoz a victoria do cabo de Sao Vicente accentuara-se ainda mais o predo-

��(1) Mello Moraes, Corographia historica, etc. do Imperio do Brazil, 1863, Tomo I, Segunda parte.

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