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348 DOM JOAO VI NO BKAZIL

Faltou-lhe cada dia mais o apoio das communidades coloniaes hespanholas, que se iam desligando da metropole sem se aggregarem umas as outras, e cujos proceres se iam transformando todos em precursores na lucta contra a re- sistencia conservadora, nao sendo de surprehender que a muitos dignitaries locaes nao sorrisse despojarem-se de boa mente das posicoes occupadas por merce, como as dos vice- reis, ou adquiridas nas perturbacoes .nacionaes, como as das juntas ou audiencias investidas do governo, para permittirem a ascensao de uma Infanta ja meio alheiada da dynastia e sem talentos especiaes de administragao.

Faltou-lhe por fim o apoio decidido das Cortes de Cadiz, onde era antes consideravel o numero dos que a hos- tilizavam, mesmo entre aquelles que chegaram ate ao ponto de Ihe recorihecerem os direitos incontestaveis, e uteis para se poder repellir toda Jntrusao dynasties, sem todavia que- rerem tornal-os effectives ( I ) . Pref eriam esses deixar go- vernar os inexperientes homens d Estado que, desembara- gados da ultima imbecil tutela real e de todos os entraves do obsoleto regimen alterado, estavam comtudo conduzindo a barca publica atravez de tantas tormentas com felicidade cada dia mais palpavel a medida que se ia fortalecendo a fortuna das armas hespanholas, quasi perdida em principios de 1810, depois da invasao da Andaluzia, e que as exigencias de outras campanhas europeas, julgadas mais urgentes ou formidaveis, iam determinando a retirada dos melhores regi- mentos francezes.

Devem igualmente ser contados, como elementos a con- trariarem Dona Carlota e o ministro Souza Holstein, afora

��(1) P. Groussac, est. cit.

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