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DOM JOAO VI NO BRAZIL 340

os ciumes patrioticos, os ciumes interesseiros dos que tambem ambicfonavam, e com ardor nao menor, a regencia da Hes- panha, tanto mais quanto o provisorio podia tornar-se defi- nftivo. Era entao o tempo dos grandes pianos, das grandes chimeras e das grandes partidas, quando se jogavam coroas, povos e ragas sobre o taboleiro politico. Nada parecia im- possivel, nada improvavel, nada difficil. Um tenente corso estava feito Imperador da Europa; os seus irmaos, havia poucos annos esfomeados, os seus marechaes, havia poucos annos soldados rasos, repimpados em thronos seculares; as nagoes passavam de mao para mao como notas de banco, creavam-se federates e fragmentavam-se continentes.

Todos os obstaculos enumerados, desde o isolamento da. Princeza ate as miragens dos constituintes de 1812, por poderosos <que apparecessem, eram no emtanto venciveis, e Palmella nutria mesmo a opiniao que os levantados em Cadiz se teriam galgado, si nao fosse a opposicao da Ingla- terra. Esta era que guardava em suas maos a organizagao da regencia nacional e, sem poder oppor embargos propria- mente ao reconheclmento dos direitos da primogenita de Carlos IV, tampouco o ajudando, adoptara uma reserva hostil no tocante a realizagao do que semelhante reconheci- mento comportava como deducgao n aquelle momento.

A posigao do ministro Wellesley acha-se definida com exactidao nas seguintes palavras de um dos officios de Pal mella: Devo porem fazer-lhe a justiga de dizer, que elle nao tern feito relativamente aos direitos de successao, ne- nhuma opposigao official, nem manifesta; mas devo igual- mente dizer, por amor a verdade, que a minima palavra que elle tivesse pronunciado a favor deste negocio, ainda sem ser officialmente, teria provavelmente ja decedido o sen

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