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Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/451

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 429

sarios americanos que algumas das colonias revoltadas da Hespanha chegavam a repellir, nao consentindo que alii fos- sem vender suas prezas, pelo que as levavam mal disfargadas para portos dos Estados Unidos. Na execugao de suas proe- zas maritimas afoitavam-se elles ate a costa portugueza, a cuja vista faziam ondular o pavilhao desconhecido do chefe oriental, e sobretudo infestavam a costa brazileira.

No anno justamente da reuniao do Congresso em Aix- la-Chapelle, escrevia o representante francez no Rio de Ja neiro detidamente ao seu governo sobre a extensao e impor- tancia da pirataria dirigida contra o commercio do Reino Unido de Portugal, Brazil e Algarves. "Os piratas augmen- tam diariamente em numero e em audacia e o exito excita especuladores immoraes a empregarem seus capitaes em ar- mamentos que sao a vergonba e a ruina do commercio. As costas d este paiz andam inquietadas por uma grande goleta de 14 canhoes, uma pega de 24 sobre eixo, 50 homens de tri- pulacao e uma velocidade ao que se diz, superior a tudo

quanto se conhece no genero Este armamento nao e

o unico a infestar as costas do Brazil; a mesma carta (do agente consular no Maranhao) falla de dous outros corsa- rios que aquella data cruzavam nas aguas de Pernambuco, e a costa do sul igualmente anda inquietada. Os navios por- tuguezes que no mez ultimo sahiram do porto d esta capital com destino a Montevideo foram forgados ao resgate: urn d elles, ao que se diz, posto a pique depois de saqueado" (i).

Poucos dias depois (2) communicava Maler que o brigue portuguez Guadalupe fora posto a pique pelo corsario buenarense Maypo, com patente de Artigas, pelo que o Di-

��(1) Officio de 14 de Agosto de 1818, no Arch, do Min. dos Neg. Kst. de Franca.

(2) Offlcio de 20 de Agosto de 1818, ibidem.

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