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DOM JOAO VI NO BRAZIL 449

a ilha de Cayenna, apoderando-se de duas escunas france- zas, a juntar a uma aprezada no Oyapoc e a outra tomada na viagem para o Aproak. Rezam os citados documentos offi- ciaes francezes que, ao apresentarem-se diante da embocca- dura do rio Maruhy e ameagarem as posicoes francezas d? ilha, contavam os alliados cerca de 500 homens, dos quaes 150 Inglezes, promptos para o ataque.

O conselho de inquiricao nomeado pelo Imperador dos Francezes culpou Victor Hugues de imprevidencia e frouxi- dao na organizacao da defeza e na operacao militar, permit- tindo por suas delongas o desembarque que Ihe nao teria sido difficil impedir, e recuando com a flor das tropas antes mesmo do primeiro revez, para assignar as pressas, sem con- vocar conselho de guerra nem reunir ou consultar as auctori- dades civis, as co-ndigoes de uma capitulagao cujo theor de- monstra que os alliados nao contavam tanto com a imme- diata efficiencia dos seus esforgos.

A julgar comtu do pelas communicac.6es do tenente- coronel Manoel Marques ( I ) , a resistencia franceza nao foi tao insignificante, sendo successivamente capturadas corn lucta pelos 600 soldados calculo official portuguez da ex- pedicao as trez baterias que defendiam a approximagao da cidade de Cayenna do lado esquerdo do rio Mayori, e as duas baterias que na margem direita guardavam a habitacao ou fazenda de Victor Hugues, a qual foi saqueada e incen- diada pelo commandante Yeo. Em dous dias acharam-se, porem, os alliados "senhores de todos os pontos fortificados que defendiao o desembarque na ilha de Cayenna e de 1 1 canhoes", e puderam "ir tomar no interior uma posigao van- tajosa, postando-se na habita^ao de Bourgarde, situada sobre

��(1) Mello Morals, li. clt.

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