Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/482

Wikisource, a biblioteca livre

460 DOM JOAO VI XO BRAZIL

Uma das accusagoes acha-se sustentada pelo depoinrento do secretario militar da administragao, tenente Mafra, e e que Maciel da Costa pessoalmente enriquecia, de urn modo legalmente honesto, mas nao moralmente desinteressado, re- cebendo seus ordenados em especiarias pelo prego do mercado e mandando-as vender na Inglaterra, no que apurava bons precos e embolsava bons lucres, (i) A bondade e despren- dimento do governador Manoel Marques e que Mello Mo- raes faz referencias sem reservas, chamando-o "homem essen- cialmente bemfazejo, que fez respeitar as pessoas e as pro- priedades dos Francezes; destruio ou fez afastar quilombos de negros escravos, que punham de continue em perigo os estabelecimentos ruraes ; cuidou com desvelos em tornar salubre a cidade de Cayenna, fazendo entulhar e converter em passeios agradaveis os charcos de aguas estagnadas, fon- tes perennes de infecgoes deleterias; homem de um desin- teresse e de uma probidade exemplar, e de uma limpeza de maos, que jamais poude ser manchada; homem, emfim, que tendo feito a conquista de Cayenna, e tendo achado os armazens repletos, alem de outros artigos, de cravo, ca- nella, noz muscada e pi-men>ta, que por descuido ou adrede nao haviao sido inventariados, e de que elle podia dispor a seu arbitrio, entregou tudo ao Estado, remettendo tudo para a cidade do Para; e quando deixou pela prirneira vez a sua conquista foi embarcar trajando a sua melhor farda de tenente-coronel, remendada nos cotovellos."

E quando alguns abusos se tivessem praticado durante o dominio portuguez, observava Hippolyto em resposta aos seus correspondentes, nao era a Guyana uma conquista, como tal sujeita a ser tratada como paiz annexado, senao inimigo?

��(1) Mello Moracs, ob. cit.

�� �