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DOM JOAO VI NO BRAZIL 481

Ignorando ainda o governo portuguez, ao remettel-as, haver sido estipulada no tratado de Pariz a restituigao de Cayenna, pedia n aquellas instrucgoes a conservagao da Gu yana sob o seu mando, a ver provavelmente por que prec.o desistiria d ella; a manutenc.ao das missoes do Uruguay, a qual estava alias em divergencia com o statu quo ante bel- lum de 1 80 1, que Portugal mandava reclamar por causa de Olivenga, e a troca da margem septentrional do Prata por territorio equivalente no extreme norte, com a livre na- vegagao do Amazonas ate o mar.

Para facilitar esta troca aconselharam os plenipoten- ciarios portuguezes a occupaqao militar de Montevideo, que tantos trabalhos logo depois acarretou ao primeiro d elles, porquanto nao tardou o governo do Rio em seguir-lhes o conselho.

E claro que Portugal nao desdenharia, caso fosse possi- vel, ficar perpetuamente com a Guyana, e a Inclusfio nas instrucgoes d esse desejo, justamente ambicioso, assaz explica o desagrado da corte portugueza ao receber o tratado e a invencivel reluctancia do Principe Regente em ratifical-o.

Dom Joao preferia mesmo conservar a Guyana conquistada a obter a recuperac,ao de Olivenga, posto houvesse esta villa sido perdida durante a sua regencia, insistindo entao em guardal-a o principe da Paz como vivo tropheo da sua cam- panha pouco ,gloriosa.

Argumentava Portugal a tal respeito com razao que o tratado de Fontainebleau, pelo qual se dividira o Reino e de que fora parte e beneficiaria a Hespanha, annullava o de B adajoz que consagrara o direito da nagao visanha sobre Oliven^a, arrebatada na aventura militar. No tratado de 1807 a Toscana, que em 1801, pelo tratado de Madrid, ha-

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