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Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/549

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 527

que as tropas portuguezas do Brazil podiam ate "da parte do Rio Grande e de Matto Grosso entrar, e extender-se como se achar conveniente ate o Rio da Prata, e ate as minas

do Potosi, publicando as mesmas proclamacoens de nao com- metter hostilidades que o general Junot, e o marquez del Soccorro publicarao entrando em Portugal na frente de Francezes e de Espanhoes, e este equivalente sem declara- gao de guerra sera o penhor mais seguro do respeito que se tera ao seu Reino, e aos seus vassallos da Europa" ( I ) .

Porque pelo facto de ser transferida a sede do throno para o Brazil, nao se seguia que devesse correr a revelia a sorte do velho Reino.. D. Domingos andava encarregado de attender com o maior cuidado a que, na paz sempre immi- nente, se nao deixasse de incluir a restituigao de Portugal a sua dynastia, e ate de pedir que, mesmo durante a occupagao franceza, Lisboa nao soffresse bloqueio inglez, evitando-se aos habit antes da capital, mm to embora a primeira junta de Regencia obedecesse servilmente a Junot, os tormentos da fome.

Pjortugal andava n aquelle tempo feito roupa de France- cezes, mas era precise tomar as cautelas devid as para que nao virasse tambem roupa de Inglezes, cuja politica nunca pas- sou pela semsaboria de ser taxada de altruista. Nem podia Portugal descangar cegamente na lealdade do paiz seu alliado. Por occasiao da convengao de Cintra, que, como e sabrdo, excitou pelos seus termos vergonhosos para os vence- dores a maior celeuma na Inglaterra, tendo Junot, apezar de sem recursos para resistir, capitulado com todas as honras de guerra e vantagens possiveis n uma rendicao, rumorejou-se que aos Inglezes cabia a culpa da sua posigao nao ser indis-

��(1) Carta cit. de 15 de Janeiro de 1808.

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