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Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/567

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 545

portarem as Pessoas Reaes e a sua Corte ; porque a Esqua- dra Ingleza se destinava para Estado e acompanhamento.

Ignora-se qual foi a resposta de S. A. R. a isto tudo: mas ha todo o fundamento para se julgar, que menos que as cousas da Franca nao estejao em estado de pacificacao, Luiz XVIII e Fernando VII nos seus thronos, e o Santo Padre na sua cadeira, nao se resolva S. A. R. a recolher-se ao Reino, mesmo ate por obsequio politico. De nada disto ha certeza, e so a ha de nao se mexer ainda em cousa alguma, e estar tudo em hum lethargo e silencio profundo : pelo que ainda se affirma persistirmos aqui estes 3 ou 4 annos proxi- mos: Deixo de referir factos particulars, que confirmao esta opiniao, por serem de mais segredo, e so digo que este descanco combina com o da obra do Palacio da Ajuda: e quem affirmar agora o contrario, anathema sit."

No Rio de Janeiro, pelo contrario, a progressao de muitas obras fazia suppor designios de demora. "Antonio de Araujo esta com grandes obras nas suas casas, que Ihe le- varao huns poucos de mezes (i). O conde de Cavalleiros ha poucos dias comprou humas boas casas com sua chacra. Tudo o mais esta em socego, ou antes mortuorio, que denota muito longa permanencia neste Paiz, e quasi que ha prohibiqao politica de fallar-se na ida para Lisboa: Deus sabe quando sera" (2).

Outros muitos indicios levavam a crer na permanencia da corte. "Esta para sahir a curveta Voador, com Antonio de Saldanha, Veador de S. A. R. a Senhora Princeza Dona

��(1) " Antonio do Araujo ha dias quo connprou humas nobres casas por 4.~> mil eruzados, <> ncllas vai fazer a sua habitagao, conti- unaBdo igaialmoute com o maior 1-uxo as oibras daiquellas que tern ha- bitado ate aqui, e que tamibem sao suas. (Carta de 23 de Maio de 1815)

(.! ) Carta de 2 de Julho de 1814.

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