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DOM JOAO VI NO BRAZIL 39

geralmente se diz, que experimental) os Napolitanos e a dila ceracao dos vastos dominios da Coroa de V. A. R. nas ilhas contiguas a Europa, na America, na Africa, e na Asia, pro- curada pelos Inglezes, para se indemnizarem da falta de commercio com Portugal e para se apropriarem as produgoens de tao interessantes dominios ultramari nos, que temerao os Francezes queirao fazer seos, e assim o exigao de hum So- berano, que conservarao prezo, e pelo qual farao sanccionar tudo, o que quizerem, e Ihes convier, ou dirao que assim o fizerao, ainda que nao possao conseguir semelhantes con- cessoes ( I ) .

Externando-se d esta maneira, D. Rodrigo fazia ate gala de uma conversao comprobatoria da sua intelligencia, a qual promptamente assimilara as vantagens de uma idea que, ao ser-lhe desvendada de chofre dous annos antes, sorrira tao pouco no primeiro momento ao seu coragao de ferrenho Por- tuguez que, irritado, a accusava de haver sahido da roda es- trangeirada do duque de Lafoes, o seu duende. Nao devia, segundo elle desde entao opinava, um tal alvitre ser exe- cutado, para honra mesmo da nagao, senao depois de bem provada a inutilidade da resistencia militar.

O espirito superior de D. Rodrigo estava alias longe de ser o unico a perfilhar uma idea que, por ser immediata e salvadora, acudia a muitas mentes e achava repetidas ma- nifestagoes. D. Pedro, marquez de Alorna, igualmente a formulou, pelo tempo em que ainda a nao abrigara D. Ro drigo, ao escrever ao Principe Regente sobre os prepara- tivos da guerra contra a Hespanha e a Franga em 1801 e por em relevo a fraqueza e desorganizagao dos recursos militares de Portugal. Na Beira havia apenas 8.000 homens,

��(1) Bibl. Nac. do Rio de Janeiro, Papeis da Collecgiio Linhares, luts. 2.

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