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40 DOM JOAO VI NO BRAZIL

nao contando as pragas de Almeida e Monsanto, e no Alem- tejo nao passavam as forgas de 6 a 7.000 homens. Repu- tando n estas condicoes impossivel a defeza e querendo re- cordar ao Regente que nao mais exfstiam as razSes, datando do seculo XVI, pelas quaes os Francezes nutriam maior intcresse na conserva gao de Portugal e sobretudo no aba- timento da Hespanha, Alorna explicava com energia e pre- cisao o seu pensar : A balanga da Europa esta, tao mu- dada que os calculos de ha 10 annos sahem todos errados na era prezente. Em todo o caso o que he percizo he que V. A. R. continue a reinar, e que nao succeda a sua coroa, o que succedeo a de Sardenha, a de Napoles e o que talvez entra no projecto das grandes Potencias que succeda a todas as coroas de segunda ordem na Europa. V. A. JR.. tern hum grande Imperio no Brazil, e o mesmo inimigo que ataca agora com tanta vantagem, talvez que trema, e mude de projecto, se V. A. R. o ameagar de que se dispoe a hir ser Imperador n aquelle vasto territorio adonde pode facilmente conquistar as Colonias Hespanholas e aterrar em pouco tempo as de todas as Potencias da Europa. Portanto he per cizo que V. A. R. mande armar com toda a pressa todos os seos Navios de guerra, e todos os de transporte, que se acha- rem na Praga de Lisboa que meta nelles a Princeza, os seos Filhos, e os seos Thezoiros, e que ponha tudo isto pronto a partir sobre a Barra de Lisboa, e que a pessoa de V. A. R. venha a esta Fronteira da Beira aparecer aos seos Povos, e acender o seo enthuziasmo. Talvez que esta aparencia im- ponha ao inimigo. Se nao impuzer, e nos atacarem, apezar de tudo brigaremos como desesperados ; talvez que por ex- cesso de furor cheguemos a ser victoriosos, apezar de nos faltarem os meios - - mas se formos vencidos, sempre pode- mos cobrir a retirada de V. A. R., e entao V. A. R. parte

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