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52 DOM JOAO VI NO BRAZIL

vantar o bloqueio seriam a entrega (surrender) da esquadra portugueza a Inglaterra ou a sua utilizagao em transportar a corte para o Rio de Janeiro. Da alternativa era esta se- gunda parte a que o governo britannico acolheria com mafor gosto, e a que se achava de antemao assegurado o apoio das suas f orgas navaes ( I ) .

Na entrevista com lord Strangford deliberou o Prin cipe Regente muito avisadamente adherir ao segundo alvitre que as circumstancias de resto Ihe impunham inadiavelmente. Para mais affirmava-lhe o enviado britannico que o seu Rei protegeria a retirada da dynastia de Braganga, esquecendo por complete os actos de hostilidade de Portugal, uma hos- tihdade passageira ainda que nao apparente apenas, visto haver-se ate desguarnecido de tropas o interior do paiz para guarnecer a costa, com receio dos Inglezes. Por isso, diz Mrs. Graham que acharam os Francezes desoccupados os desfiladeiros portuguezes.

Ao fazer-se publica em Lisboa a partida imminence da familia real para o Brazil, foram grandes a ancia e a con- fusao, conforme relata o official da marinha britannica O Neill, testemunha ocular posto que nao inteiramente digna de fe d esse acontecimento memoravel. Nao faltariam decerto scenas dilacerantes. Muita gente quiz embarcar a forga, fallando O Neill na sua imaginosa narragao em se- nhoras de distincgao que se afogaram ao entrarem pela agua a dentro para alcangarem botes que as transportassem para bordo dos navios de guerra, onde nao havia alias mais lugar para os fugitives. O que deve ser verdade e que muita da gente, nao tendo tido o mesmo ensejo que a familia real de preparar-se para a longinqua viagem, partia com a roupa

ill Despachos de lord Sh^nst ord Ir.-mscriptos na obra do Mrs. Graham <> Uciim-ira of Admiral tiir Sidney Hinith., London, is:!i), 2 vols.

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