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��DOM JOAO VI NO BRAZIL 63

Turgot e Adam Smith, e Raynal, misturando lucidas con- sideracoes sociologicas com erradas informacoes de factos, a condimenta com sabios conselhos para abolir a Inquisigao, reduzir a influencfa do clero, a que elle pertencera, distri- buir em sesmarias as terras da Coroa, e abrir o paiz a immi- gragao estrangeira, em vez de appellar somente para o na tural crescimento da populagao e para uma muito problema- tica catechese dos selvagens : Um meio mais seguro de augmentar o volume da producgao seria receber, no Brazil, todos os estrangeiros que quizessem dedicar-se a sua cultura. Uma infinidade de Americanos, Inglezes, France- zes, Hollandezes, cujas plantac.6es se acham esgotadas, e muitos Europeus devorados da mania, tornada tao commum, de fazer fortuna rapida, para la transportariam sua activi- dade, sua industria e seus capitaes. Estes homens emprehen- dedores introduziriam na colonia um melhor espirito, e do- tariam novamente a raga degenerada dos Portuguezes co- loniaes ( Creoles ) de uma f ibra que elles ha muito per- deram. ( I )

Culpar Dom Joao VI de nao haver sido muito mais do que um monarcha bem intencionado e taxar de modesta a sua obra reformadora, seriam duas graves injustices de que os Brazileiros nao podem assumir a responsabilidade, tanto mais quanto no estrangeiro se teve immediatamente a comprehensao nitida do valor do emprehendimento. Nas instrucgoes do- duque de Luxemburgo (2), ao ser despa- chado para o Brazil, depois da segunda restauragao dos Bourbons, como embaixador do Rei Luiz XVIII, mencio-

��(1) Ilistoire Philosophique dos E ta blissemonts et du Commerce des Europeens dans les Deux Indos. Amsterdam, 1770.

(2) ArchLvo do Mmisterio dos Nogocios Estrangeiros de Franga, CodLces referentes a Portugal e Brazil, 1815-21.

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