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66 DOM JOAO VI NO BRAZIL

terra em que o intercurso tinha por principal alicerce o favor do que mandava e patriarchalmente fazia gyrar a sociedade em redor do seu solio, arrastando na sua orbita um cortejo de adherentes.

Brazileiros e Portuguezes, exhibindo igual afah na cor 1 tezania, davam apenas expressao a sua intima rivalidade, ja nao fallando na poderosa attracgao que se desprendia da vida palaciana. Conta o ministro americano Sumter, o pri- meiro acreditado no Rio de Janeiro, em Abril de 1809, e que chegou ao Brazil em Junho de 1810, que os fidalgos so aspiravam a cargos no Pago, chegando a haver difficul- dade no encontrar um ministro para mandar para os Esta- dos Unidos. . ; t I ^

O representante da Republica do Norte viu desde a chegada bastante claro para distinguir a feigao transitoria e o caracter europeu que a nobreza do Reino pretendia emprestar sem remissao a nova corte, contemplando-a meramente como um ermo (wilderness) que tinha seu valor para ponto occasional de refugio, mas era de todo indigno de ser feito sede do Imperio" (i). No que Sumter se enga- nava a comego - - e a curta estada de um mez desculpa o seu erro - - era em nutrir duvidas sobre si esse sentimento de hostilidade a terra chegava ate o Principe ou partia d elle, collocando-o em qualquer dos casos na triste conjunctura de estar cercado por subditos animados de interesses diver- gentes. Os Europeus que com elle emigraram, escrevia o ministro (2), dependem da sua munificencia para uma subsistencia que so Ihes pode ser fornecida as custas dos

��(1) Carta de 23 de Julho de 1810, no Archive do Departamento d? Estado de Washington.

(2) Carta cit.

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