Página:Dom João VI no Brazil, vol 2.djvu/107

Wikisource, a biblioteca livre

DOM JOAO VI NO BRAZIL 671

comsigo o reflexo do magnetfsmo exercido por Palmella sobre o gabinete britannico. Em Londres e no continente tra- tara o plenipotenciario portuguez de fazer descarregar sem estrepito nem estragos a electricidade accumulada no hori- zonte politico, felizmente mais circumscripto do que o hori- zonte cosmico, e magicamente alcancara que no firmamento europeu se desenhasse para o seu paiz o arco-iris da concordia international.

Os representantes estrangeiros no Brazil, que todos andavam beliscando o gabinete do Rio, tiveram que mudar correlativamente de modo, e a transigao determinou-a o novo ministro inglez com a decisao propria da diplomacia britan- nica. Quando os demais ministros e encarregados de negocios trataram de se agrupar em redor de Casa Flores para intima- rem, no sentido das conveniencias hespanholas, que a eva- cuagao de Montevideo antes da chegada da expedicao de Cadiz constituiria uma anticipagao dos resultados das nego- ciacoes em andamento na Europa e portanto envolvia uma falta de consideragao as potencias medianeiras, recusou Thornton associar-se a manifestaQao collectiva.

Nao fazendo de resto mais do que applicar as maximas anteriores da politica do seu governo, avessa a annexacoes portuguezas e sympathica a libertagao colonial do trafico commercial, elle declarou nao comprehender porque havia de ser o acto da evacuagao mai interpretado pelas referidas potencias, tanto mais quanto as negociagoes na Europa com- portavam tantas delongas, nao parecendo razoavel que d ellas ficasse inteiramente dependente o andamento lo cal dos negocios. Alem de que qualquer acgao diploma- tica collectiva, concertada no Rio, presuppunha de facto e com certeza a maneira pela qual as potencias maiores

�� �