DOM JOAO VI NO BRAZIL 680
potencias alliadas a idea de invasao e occupagao de Portugal, como .compensagao da perda americana soffrida pela Hes- panha.
A resposta da embaixada hespanhola a legacao portu- gueza nao se fez esperar muito, dada pelo mesmo conducto da imprensa ( I ) , a qual assim prestavam homenagem go- vernos dos menos liberaes: e claro que os altos articulistas se soccorriam de pseudonymos, Palmella do de Um Bra zil eiro.
A resposta de Fernan Nunez deve ser reconhecida como destra. N ella se explicava que Artigas nao inspirava ao Brazil verdadeiro terror - - o que era talvez exacto ; e que os insurgentes estavam em demasia occupados com dis- sensoes entre si e a guerra cruel empenhada contra os rea- listas para pensarem em atacar os dominios portuguezes o que com certeza era menos exacto.
Si perturbagoes populares, opinava o correspondente officioso, si o espirito de sedigao ao qual estivesse porven- tura entregue um Estado visinho, podesse alterar os direitos do legitimo proprietario, o systema politico ver-se-hia ex- posto a continuas revolugoes e ver-se-hia volverem os tem pos em que as nagoes nao conheciam outras leis que nao a da forqa. Que garantia haveria entao contra as tentativas do poder ?
Que um individuo, vendo a casa do visinho entregue as chammas, empregue todos seus esforgos para impedir que o incendio attinja sua propriedade, nada de mais justo; mas que, quando o proprietario da casa abrazada corre a buscar agua ou qualquer outra especie de soccorro, elle se aproveite de tao triste occasiao para se apoderar da sua for-
��(1) Courier de 27 de Jtmho de 1817.
�� �