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768 DOM JO AC VI NO BRAZIL

passageiros de malas feltas sem akanc.arem seus passaportes, e o proprio paquete embargado somente pela impossibilidade de obter-se uma firma ( I ) . A voz, ao appello de conf ianga que n esse momento Ihe dirigiu o seu Principe, Mr. Bezerra, escreve Maler, parece reanimar-se, levanta-se e comec.a a assignar, mas a quinta assignatura sobrevem-lhe um violent 3 ataque de gotta e Mr. Bezerra e obrigado a metter-se na cama.

Nao admira, em taes condigoes, que fizessem nove mezes que se nao rompiam os sellos da correspondencia com os tribunaes de Lisboa e das possessoes, e nao sei quanto tempo que se nao verificavam e visavam as contas do Real Thesouro (2). Tambem nao podia ser mais embaragada a situagao do Thesouro: melhor era mesmo nao tentar esclare- cel-a. As suas operates faziam-se difficilmente, descontando- se suas letras a uma taxa menos favoravel que as do commer- cio, e pejando a praga, sem serem satisfeitos, os saques de Montevideo para sustento do exercito.

Nem cabia a culpa exclusivamente a expedigao do Rio da Prata, si bem que custasse perto de milhao meio de francos por mez, porque ja antes da aggressao contra os do- minios hespanhoes nao era prospero o estado do Erario. A descripgao a proposito feita por Maler corresponde exacta-

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mente as conclusoes que podemos tirar da leitura combinada dos viaj antes estrangeiros e dos publicistas nacionaes, e tern o cunho de official.

Explica o consciencioso funccionario francez (3) : "Os numerosos vicios da administragao parecem-me consti-

��(1) Oifificio de 18 de Jmnho de 1817. Nao s6 nao havia desde 12 de Junho o mais insignificante despacho de paipeis, como Barca, ao adoecer de morte, ja nao via o Rel desde alguBs dias.

(2) Officio cit. de 23 de Junho de 1817, iUdem.

(3) Officio de 13 de Julho de 1818, ibidem.

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