DOM JOAO VI NO BRAZIL 877
duvidar do feliz resultado das negociagoes de Pariz relati- vas ao Prata: "pois que por huma parte a nossa causa, alem de ser justa, era manejada por huma pessoa tao habil, como sem duvida o era o Conde de Palmella; e que por outra parte tinhamos tambem a nosso favor a impericia e o orgu- Iho do Plenipotenciario Hespanhol, que indispunha o animo de alguns dos medfaneiros a ser-lhe propicio em pretenc,oens ja por si iinesmas tao pouco acertadas" (i).
O future de Portugal, cuja conquista a Hespanha ru- minava emprehender - - pelo inenos esta era a impressao geral - - ficaria pois, a falta da garantia britannica, repou- sando sobre o prestigio da chancellaria e da dynastia aus- triacas, cmpenhadas na preservacao de uma casa real, tao proximamente parente quanto era a de Braganga, em sua completa auctoridade.
Outra prova de como se achavam entrelagados os fios da diplomacia, e que mesmo na sua agradavel embaixada de Vienna, teve o marquez estribeiro-mor que se occupar, como vimos, da questao da Guyana, cuja devolugao o duque de Richelieu queria a todo o transe apressar, influindo sobre o negociador portuguez em Pariz por intermedio de Ma- rialva ou mesmo deslocando as negociac,6es para a capital austriaca.
Desde comego comprehendera o governo francez perfei- tamente que a inclusao um tanto arbitraria da restituicao da Guyana no tratado de paz de 30 de Maio de 1814 era apenas o pretexts para nao querer ratifical-o o Principe Re- gente, pois que estando accordada a restituigao entre Portu gal e sua alliada, tal inclusao nao podia na verdade ferir nem humilhar o governo do Rio. D-epois, em face dos compro-
��(1) Ot ficio do Mavialva a 1 cxcrra, dc ^1 (]> I^t^vciv-iro dc ISIS.
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