946 DOM JOAO VI NO BRAZIL
velha fidalga franceza, contraria da no Brazil, onde per- dera o esposo e levava uma vida acanhada, nunca quiz accei- tar emprego do seu real primo, afim de conservar o distincto e raro privilegio de trocar visitas com o monarcha e nao passar a obrigagao de comparecer ao beija-mao. (i)
Alias era, n esse tempo de subitas mudangas dynasticas, postas em moda pela Revolucao e suggeridas pelo extraordi- nario destino de Bonaparte, o nome do duque de Cadaval com frequencia citado como o de um rei eventual de Portu gal. A duqueza d Abrantes, ao mencionar nas Memorlas a sua compatriota duqueza de Cadaval, cuja belleza, en- canto, dignidade e genio administrative revelado na re- construcgao financeira da casa ducal exalta como e natural, escrevia, e isto em epocha posterior, depois da lucta entre Dom Pedro e Dom Miguel, que Cadaval, o qual de resto to- mara franco partido pelo rei legitimo, , finda a contenda, se expatriou, podia vir ainda a sentar-se no throno portuguez.
Nao seriam porventura extranhas mesmo a essa expa- triagao da casa de Cadaval, que ainda perdura, semelhantes intrigas de successao, comparaveis com as que em Franga entao se agitavam em redor do Duque de Orleans e acaba- ram collocando a coroa sobre sua ca l bega. Que uma conspira- gao existio, formal ou incipiente, seguida ou interrupta, no intuito de substituir Cadaval a Braganga, ou pelo menos que foi uma realidade o pensamento de tal mudanga, nao pode soffrer duvida.
De Lisboa escrevia para Pariz o consul geral Les- seps (2) que, na crise moral portugueza, dous partidos se
��(1) Debret, o&. cit. Uma lithographia colorida da serie publi- oada na obra anonyma Sketches of Portugal oonservou-nos, com in- tene&o ridicula, a lembranga d cste cortojo pm tempo de Dom Joao VI.
(2) Officio cifrndo do 31 de Maio de 1817, no Arch, do Min. dos Neg. Est. de Franga.
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