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DOM JOAO VI NO BRAZIL 1007

tram Venus com seu coro de Gragas, cantando todos ao desafio e fazendo o Genio o juramento de que Portugal ja- mais seria vencido.

Sob a direcgao Almeida trabalharam no Sao Joao, du- rante a estada da familia real no Rio, uma companhia de canto dirigida por urn certo Rascolli ( I ) , a companhia dra- matica da celebre actriz Marianna Torres e a de danga do famoso Lacombe (2). O corpo de baile era cosmopolita: n elle figuravam francezas, hespanholas e ate uma mulata (3). A orchestra deixava um tanto a desejar, excepgao feita de um flautista francez e de um excellente violinista (4). Empunhava porem a batuta o celebre Marcos Portugal, que em Lisboa regia a grande orchestra do Sao Carlos e go- sava de muita reputagao nos palcos lyricos italianos pelas suas operas pomposas e alegres que tanto agradavam ao Principe, pela inspiragao de quern ou para satisfazer a quern, refere Debret, introduziu o maestro na sua musica sacra uma tonalidade profana, de musica jovial e saltitante, mais pro- pria do genero buffo.

Nao quer isto dizer que nao fosse genuine em Dorn Joao VI o gosto musical, que e apurado e tradicional na fa milia de Braganga. Podia o real amador deleitar-se com a musica mais superficial e retumbante de Marcos Portugal, mas nao deixava por isso de sentir profundamente a musica

��(1) Em 1819 davam-se, entre outras operas. l <ni<-r< <l<> < : \ c- Qada de Henrique 7F, razoavelmente cantadas jx las damns Fasdiiotti -e SaibinJ e por um tenor mayrissimo, cujo estylo pareceu a von Lei- thold affectado, mas em quern reconheceu vivacidade scenica.

(2) Mr. e Mme. Lacombe eram os ensaiadoi-cs e da vain tam- bem lirocs i>articulares de daii(;a. Os empn^/arios da companhia evam Mr. e Mme. Toussaint, da Porte Saint-Martin.

(o) Os bailados, muito nprcciados do publieo, evain em ^<>ral bons, tanto os comicos, como os drama! icos i/or/r <!< I lirrlm. Paulo c Vii f/inia, etc.

(4) von Leithold, 06. cit.

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