Página:Echos da minh'alma.djvu/38

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A SAUDADE.


Saudade! gosto amargo d'infelizes.
Delicioso pungir de acerbo espinho,
Que m'stás repassando o intimo peito
Com dor, que os seios d’alma dilacera,
— Mas dôr que tem prazeres.
Garret. Poem, Camões.



No meu seio uma flor d’esperança
Cultivei com desvelo perfeito;
Mas o rijo tufão da desgraça
Arrancou-me a florinha do peito.

Ella foi ’n um abysmo funesto
De cruel desengano cahir,
E após veio a mais negra saudade
Com espinhos minh’alma pungir.