d’esses marinheiros fortes, coube, durante o seu dia, esgotar de setenta a oitenta copos de champagne.
Emfim, se já no tempo de Henrique IV Pariz valia uma missa, não ha duvida que agora, com todos os progressos de tres seculos, vale bem uma dyspepsia.
Mas as festas foram talvez menos deslumbrantes, por causa das casacas pretas do governo. O Estado em França, como republicano que é, não, tem uniforme, e nas grandes festas officiaes é obrigado a apparecer de casaca e gravata branca como os escudeiros que servem o punch. Este inconveniente, tão consideravel n’um paiz habituado ha oito seculos ao esplendor sumptuario da monarchia, nunca resaltou tanto, nem se tornou tão patente, como agora n’estas festas, que eram sobretudo militares. Em meio das fardas, dos penachos, dos bordados, das couraças, dos ouros, das amas ricas — alguns sujeitos circulavam, encafuacos, mesmo de dia, sob o esplendor do sol, em sinistras casacas negras. Quem eram? Os ministros, o governo, o Estado, a França. Ahi está a que chegára a sêda branca recamada a pérolas dos Valois, o velludo bordado, e os laços floridos, e os diamantes, e os altos empoados dos Bourbons, e as fardas faiscantes dos Napoleões: a uma casaca de panno preto, quasi sempre mal feita, como a de um creado de copa ou de um servente de enterro!
Todo Pariz sentiu e soffreu a humilhação d’esta pelintrice official. E jornaes serios, em artigos serios, lembram a necessidade de que se estabeleça para o