nhos, e perguntou ao creado, com tradicional e humana ingenuidade:
— É bom este Chablis?
O criado, um velho de suissas brancas, grave e um pouco triste como um embaixador em disponibilidade, abanou a cabeça, e respondeu seccamente:
— É uma peste.
O meu amigo considerou com espanto, e um espanto desagradavel, aquelle homem veridico. Depois repercorreu a lista.
— Bem, traga-me então d’este Medoc... É bom, o Medoc?
O criado, muito serio, replicou:
— É horrivel.
Perturbado, o meu amigo murmurou timidamente, n’uma desconfiança vaga e escura que o invadia:
— Bem, beberei cerveja... Que tal é a cerveja?
O criado volveu, convencido e digno:
— Droga muito mediocre... Extremamente mediocre!
O meu amigo tremia já, n’um positivo terror. Mas ainda balbuciou:
— Que hei-de eu então beber?
— Beba agua, ou beba chá... Ainda que o chá, que agora temos, é realmente detestavel.
Então o meu amigo repelliu violentamente guardanapo e talher, galgou as escadas do seu quarto, reafivelou as correias da sua maleta, saltou para uma tipoia e fugiu.