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ELUCIDÁRIO MADEIRENSE - VOLUME I

Ornelas, etc.. Além destas canalizações, recebeu a Câmara por ocasião da rescisão do contrato, diversos maquinismos, ferramentas, utensílios e materiais, realizando mais tarde, e já por sua conta, a mudança dos tubos de condução de águas desde os Saltos até o Torreão, e desde este último local até à fonte do Colégio. Como se vê do que fica exposto, muito há ainda a fazer para dotar o Funchal com boa água potável e um moderno sistema de esgotos. Tendo desaparecido, porém, os principais obstáculos que se opunham ao prosseguimento das obras, visto estar acabada a guerra europeia, licito é esperar que estas recomecem dentro em pouco, como se torna indispensável para robustecer os créditos duma cidade visitada por estrangeiros, e cujo clima tem merecido as mais elogiosas referências da parte de muitos médicos distintos. A 18 de Março de 1929, resolveu a Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Funchal que o seu presidente, capitão Francisco Silvestre Varela, fosse a Lisboa tratar junto do governo central de vários assuntos que bastante interessavam ao município e muito particularmente aos trabalhos do saneamento da cidade, sendo a 14 de Junho daquele ano publicado o decreto n1 16.956, que autorizou a Câmara a contrair na Caixa Geral dos Depósitos o empréstimo de sete mil contos, destinados exclusivamente à realização desses trabalhos.

A 3 de Novembro de 1931, foi o engenheiro Rodrigo Guimarães encarregado de actualizar o projecto de abastecimento de água potável elaborado pelos engenheiros João Von Hafe e Adriano Trigo, e, a 19 de Janeiro de 1932, deu se de arrematação o assentamento da canalização de águas na zona baixa da cidade, limitada ao sul pelo mar e ao norte pela curva de nível à cota de 60 metros, pela importância de 209.250$00 escudos, sendo iniciadas estas obras no mês de Fevereiro de 1932 e concluídas no dia 3 de Novembro de 1933.

Na sessão camarária de 13 de Novembro de 1932, foram criados os Serviços Municipalizados, competindo lhes particularmente superintender nos trabalhos do saneamento e da distribuição domiciliária das águas potáveis. Tendo duas vezes ficado deserto o concurso para a adjudicação das obras de canalização nas zonas média e alta da cidade, tomaram os Serviços Municipalizados o encargo da realização desses trabalhos, orçados na importância de 552:259$00 escudos, “achando se ainda por concluir um pequeno troço alimentado por um sifão a construir na ribeira de Santa Luzia”, e havendo se lançado já uma tubagem na extensão de 3.700 metros.

Impunha se a imediata construção dum grande reservatório de betão na Levada de Santa Luzia, com a capacidade de 7.000 metros cúbicos, o qual foi adjudicado pela quantia de 753.640$00 escudos, fazendo se

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