Lá estava ele ainda, com a flor, o gesto e o sorriso que ela vira cinco anos antes; só faltava a noiva.
Então Amália revolveu debalde a memória na esperança de achar aquela imagem que se esvanecera; tentou recompor com os traços fugitivos de suas recordações aquela meiga figura, mas não o conseguiu.
No vislumbre de suas reminiscências aparecia um vulto formoso e elegante; mas ela não podia distinguir-lhe as feições; e isso a contrariava. Sentia um desejo de rever aquela moça, de conhecê-la agora que era moça também. Talvez viessem a ser amigas; com certeza o seriam; e que prazer não lhe daria a sua intimidade! Estas vagas aspirações, Amália não as cogitou; despontavam em seu espírito de envolta com as recordações do passado, e apagavam-se logo.
Amália tinha muitas vezes lido em romances uns lirismos de amor semelhantes àquele bafejo da flor; e sabia que nos bailes e na vida real eles eram freqüentemente copiados e até exagerados pelos noivos. Todo esse formulário poético do namoro, ela o achava sumamente ridículo; e sempre que o apanhava em flagrante, o havia aplaudido com uma risada gostosa, como um lance de comédia.
Entretanto agora que o terno sentimento de