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Página:Eneida Brazileira.djvu/208

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A Eacide abater, do armipossante
Achilles garfo; os Teucros seus vingando,
E de Minerva o maculado templo.
Como olvidar-te, ó Cosso, ó Catão magno?
875Como os Gracchos, e os dous, terror da Libya,
Scipiões, raios da guerra? e na pobreza
O potente Fabricio? e a ti, Serrano,
Semeando os sulcos? Onde absorto, ó Fabios,
Me arrebatais? só tu, Maximo, aos nossos
880Detençoso a republica restauras.
Ham-de outros, sim, mais mollemente os bronzes
Respirantes fundir, sacar do marmore
Vultos vivos; orar melhor nas causas;
Descrever com seu radio o céo rotundo,
885O orto e sidereo curso: tu, Romano,
Cuida o mundo em reger; terás por artes
A paz e a lei dictar, e os povos todos
Poupar submissos, debellar suberbos.»
Com pasmo ouvido: «Attenta, ajunta o velho,
890Do espólio opimo ovante, eis vem Marcello,
E em talhe sobrepuja os varões todos.
Turbada em gran’tumulto, ha-de este a Roma
Cavalleiro assistir; prostrar o Gallo
Revôlto e os Penos, e as terceiras armas
895Ganhadas suspender[1] ao pae Quirino.»
Nisto, Enéas descobre um lindo moço
De fulgente arnez, mas pouco alegre,
De rosto e olhar cahido: «Ao varão, padre,
Quem acompanha? he filho? he da prosapia
900Delle talvez? Que sequito estrondoso!
Que ar de Marcello tem! Mas noite escura
Triste voa e a cabeça lhe circumda.»
Em lagrimas Anchises: «Não me inquiras
Dos teus o lucto ingente; apenas, filho,
905Á terra o mostrará destino avaro.

  1. No original, está supender.