Página:Eneida Brazileira.djvu/270

Wikisource, a biblioteca livre

E os castigos da culpa; e a ti suspenso,
Ó Catilina, de um minaz rochedo,
Ante as Furias tremendo; e á parte os justos,
A quem rígidas leis Catão dictava.
665Tambem de ouro, a espumar com branca vaga,
Representa o ceruleo inchado plaino;
Delphins de argenteo brilho, ás voltas, o esto
Rasgam, de cauda o pélago açoutando.
No meio, eneas armadas, accias guerras,
670Todo a ferver Leucate em marte instructo,
Com o ouro viras fulgurar as ondas.
Cá, n’alta pôpa, Augusto arrasta aos prelios
Senado e povo, os deuses e os penates;
De ambas as fontes ledo exhala flammas;
675Na cabeça lhe fulge a estrella patria.
Agrippa lá, propicios vento e numes,
Arduo commanda; e a frota victoriosa
Rostrada se orna da naval coroa.
Antonio alêm, ovante com o auxílio
680Barbaro e vário, as fôrças traz do extremo
Bactro e eôos confins e roxas praias;
Com todo o Egypto, oh pejo! segue a espôsa.
Á uma ruem, se empégam; freme e alveja
O mar dos remos e esporões tridentes.
685Crês despregadas Cycladas nadarem,
Montes baterem montes: com tal mole
Instam varões das torreadas pôpas!
Fachos estupeos voam, farpas zunem,
Rubra do fresco estrago a azul campina.
690Sem vêr pós si dous áspides, com patrio
Sistro anima Cleópatra os soldados.
Contra Pallas, Neptuno e Venus, se arma
Com omnígenos deuses monstruosos
O ladrador Anubis: no conflicto
695Marte, em ferro entalhado, se embravece;