Página:Eneida Brazileira.djvu/269

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Nedia a cerviz dobrando, a mãe reveza,
E os corpinhos lambendo os afeiçoa.
Gravou Roma, e as Sabinas do theatro
Raptas sem modo nos circenses ludos;
630Entre os Romuleos e os severos Cures
Do velho Tacio a desparada guerra.
Depois, da ara de Jove os rêis armados,
Posto o certame, tendo em mãos as taças,
Em penhor da alliança a porca ferem.
635Perto, oppostas quadrigas fustigadas,
Mecio esquartejam; visceras e membros
(Tu Albano perjuro, a fé guardasses)
Roja Tullo, e os sarçaes gottêam sangue.
Lá, para impôr Tarquinio expulso a Roma,
640Porsena a cérca e opprime: a libertal-a
Contra o ferro os Enéadas remettem.
Como indignar-se o viras, torvo e irado,
Porque ouse Cocles só cortar a ponte,
E as prisões rompa Clelia e trane o rio.
645No cimo, a rocha a vigiar Tarpeia,
Manlio o templo defende e o Capitolio;
Colmo romuleo o paço novo encrespa.
Argenteo ganso ao portico dourado
A esvoaçar dos Gallos dá rebate,
650Que entre o mato, a favor da opaca noite,
Vinham-se approximando á fortaleza.
Aureo o crino, aurea a veste, e o saio em listras,
Luzem de aurea cadêa aos lacteos collos;
Cada qual dous rojões alpinos brande,
655Com oblongos escudos se resguardam.
Abriu Salios dansando e nus Lupercos,
Topes lanosos, e do céo cahidas
Ancilias: castas mães em molles andas
Guiam pela cidade as sacras pompas.
660Longe, o Tartaro abriu, plutonias fauces,