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Página:Eneida Brazileira.djvu/288

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Lá seus gados Latino encurralava.
Pára, e em redor o amigo em vão procura:
«Euryalo infeliz! onde encontrar-te?
Onde te abandonei?» Remexe e cata
385Fallaz perplexa mata, retrocede,
Vaguêa em mudas brenhas. Dos cavallos
Ouve o rincho e o tropel, ouve as trombetas,
Nem tarda a ouvir clamor e a vêr o socio;
Que em turbido tumulto ás mãos colhido,
390Pelo transvio e pela noite oppresso,
Contra o esquadrão inteiro o esfôrço balda.
Como, com que arma ousar, com que denodo
Libertal-o? hostis golpes arrostando
Irá ganhar, perdendo-a, eterna vida?
395Eil-o, o braço contrahe, sopesa uma hastea,
E olhando a celsa Lua assim lhe implora:
«Dos astros honra, tutelar dos bosques,
Neste apêrto, Latonia, tu me ajuda.
Por mim se Hyrtaco padre encheu-te as aras,
400Se eu do fecho e artesões do sacro tecto
Da caça os dons te pendurei, concede
Turbar aquella mó, rege esta lança.»
Dice; o corpo esforçando, a farpa atira:
Zimbra alígero hastil nocturnas sombras,
405No dorso de Sulmon se espeta e quebra,
No pericardio as lascas se lhe encarnam;
Elle frígido rola, arca em soluços,
Do fundo a borbotar cálido rio.
Olham de espanto em roda; Niso activo
410Libra de sôbre a orelha outro arremêsso,
Que a Tago as fontes a silvar traspassa,
E adhere quente ao cerebro encravado.
Em braza e atroz, sem vêr o autor dos tiros,
Nem por onde acommetta, urra Volscente:
415«Por ambos vai pagar teu morno sangue.»