Página:Eneida Brazileira.djvu/306

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Dest’ arte, em fulvo engaste a gemma adorna
Fronte ou collo, e embutida eburnea peça
No orício terebintho ou buxo esplende.
Viram-te, Ismaro, as gentes valorosas
140Despedir frechas de veneno armadas,
Garfo brioso da Meonia fertil;
Onde agros o Pactolo irriga de ouro.
Mnestheu não falha, a quem sublima a glória
De haver a Turno da bastida expulso;
145E Capys, de quem teve o nome Capua.
Da guerra o cargo repartiu-se entre elles;
De vólta, rasga o heroe nocturnas vagas.
De Evandro assimque passa ao rei da Etruria,
Quem era expoz, a que ia, em que he prestante;
150Quanto auxílio grangêa o cru Mezencio,
Quam violento o rei Turno, quam fallivel
A sorte humana; e preces intermeia:
Tárchon allia sem demora as fôrças,
E os pactos fere. Sôlto o fado, os Lydios
155Com chefe externo, por querer divino,
Se embarcam. Vai diante a pôpa eneia,
Phrygios leões ao beque, e na bandeira
O Ida, enlêvos dos prófugos Troianos.
Sentado Enéas, volve em si tam varios
160Eventos; e Pallante, á sestra, inquire
Já do sidereo curso e opaca noite,
Já dos trabalhos delle em mar e em terra.
Abri-me o Helicon, Musas; descantai-me
Que tusca multidão, munindo os lenhos,
165Vogue na azul campina. Após Enéas,
Massico vem na Tigre eri-chapeada,
Com bravos moços mil de Clusio e Cosas,
De arco letal ao hombro e de polido
Sagittífero coldre. O brusco Abante
170A par, a gente relumbrava, e á pôpa