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Página:Eneida Brazileira.djvu/347

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Metabo, de Priverno antiga expulso
Por odio e prepotencia, entre os conflictos
Salva a trouxe do exílio companheira,
Tenra menina; com mudança pouca,
525Da mãe Casmilla a nomeou Camilla.
Com ella ao collo por desertos soutos,
Longinquos serros, circumfusos Volscos
A perseguil-o a dardos o opprimiam.
Da fuga em meio, as nuvens desabando,
530Eis o Amaseno alluvioso espuma:
Quiz nadar, mas temendo se reteve
Pela querida carga. Em si revolve,
E decide-se emfim: na mão robusta
Guerreiro tinha, de tostado sôbro,
535Rija e nodosa lança; embrulha a filha
N’um cortiço, accommoda e a liga n’hastea;
E, com fôrça a libral-a, assim depreca:
«Alma virgem Latonia, a ti, cultora
Dos bosques, eu seu pae t’a voto serva;
540Súpplice na tua arma eil-a que foge
Do inimigo; recebe-a, deusa, he tua,
Eu, t’a encommendo pelas dubias auras.»
Dice, e o bucho contrahe, o hastil contorce:
Brame o rio; a infeliz por cima voa
545No estridente arremêsso. Então Metabo,
Urgido mais e mais, se entrega ás aguas;
Da relva, em que a depoz, na lança a virgem
Arranca vencedor. Nem tecto ou muro
O acolheu, nem as mãos altivo dera:
550Solitario pastor vivia em brenhas;
E alli, criando a filha em gruta brava,
De egua armental ás tetas, lhe mungia
Ferino leite nos mimosos labios.
Mal que a pino a menina as plantas firma,
555Dardo agudo pejando-lhe as mãozinhas,