Página:Eneida Brazileira.djvu/348

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Pendura-se-lhe ao hombro aljava e arco;
Por aurea coifa, por comprido manto,
Á costas lhe descahe tigrina pelle:
Já frechas pueris brincando joga,
560Da cabeça em redor voltêa a funda,
Grou derriba strymonio ou branco cysne.
Nora a desejam muitas mães tyrrhenas;
Mas, dedicada a Phebe, amor eterno
Rende ás settas pudíca e á virgindade.
565Oh! se bellaz não provocasse os Teucros,
E ora me fôsse companheira cara!
Sus, nympha, já que a preme atroz destino,
Do polo baixa manso onde os Latinos
Pugnam com sestro agouro. Ouve, e do coldre
570Ultriz frecha prepara: Italo ou Phrygio,
Quemquer que a vulnerar sagrada e bella,
Com seu sangue m’o pague. Em nuvem cava
Trarei não desarmada a miseranda,
Porque em patrio jazigo a deposite.»
575Não mais; e ella, em nublado escuro involta,
Pelas auras sonora se deslisa.
Mas já Teucros e Etruscos se appropinquam,
Toda a cavallaria em turmas certas:
Freme o sonípede, a pular garboso,
580E aqui virado e alli, relucta ao freio;
Horrida em ferrea messe, arde a campina.
Com os latinos céleres Messapo,
E Coras com o irmão, Camilla e os Volscos,
Apparecendo oppostos, longe vibram
585Zargunchos e hastas, retrahindo os braços:
De homens ferve o tropel, relinchos fervem.
A tiro, as hostes ambas fazem alto:
Rompe a cuquiada, incitam-se os cavallos;
Granizam como neve espessos dardos,
590Que o céo tornam sombrio. Em reste as lanças,