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Página:Eneida Brazileira.djvu/365

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Das ribeiras adôrno, entre as Latinas
Que entraram do meu Jove o leito ingrato,
Só me es cara, e no Olympo colloquei-te.
Teu mal, Juturna, aprende, e não m’o imputes:
140O Lacio, emquanto aprouve á sorte e ás Parcas,
Hei protegido e a Turno; mas conheço
Que o moço lida com funesto auspício,
E que o termo fatal se lhe approxima.
A briga, o ajuste os olhos meus não soffrem.
145Se algo ousas pelo irmão, convêm que o faças:
Talvez melhore o fado.» Aqui Juturna
Se lava em pranto, e vezes tres e quatro
A punhadas maltrata o seio lindo.
«Não he tempo de lágrimas, diz Juno;
150Eia, o irmão de algum modo esquiva á morte,
Ou desmancha tal pacto e a guerra incita:
Esta empresa, eu t’a ordeno.» E a nympha deixa,
A quem tituba o coração dorido.
Com toda a pompa emtanto os rêis sahiram:
155Em quadriga Latino, em cuja fronte
Brilha um dourado sol de raios doze,
Do avô debuxo; em alva biga Turno,
Que dous hastis sopesa de ancho ferro.
Dos Romuleos o pae do arraial marcha,
160Fulgurando no escudo e arnez sidéreo,
E Ascanio ao pé, de Roma outra esperança;
Em veste pura, de uma cerda o feto
E intonsa o fecial aduz cordeira
Para as flagrantes aras. Ao nascente
165Elles virados, salso farro espargem,
Com faca marcam na moleira as hostias,
Libam taças no altar. O pio Enéas
Despindo o alfange, orou: «Testemunhai-me,
Sol, terra por quem tanto hei padecido,
170Omnipotente soberano padre,