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Página:Eneida Brazileira.djvu/366

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E tu Saturnia déa, já mais branda;
Eu vos depreco; invoco a ti, Mavorte,
Arbitro das batalhas; fontes, rios;
E a vós do mar ceruleo e ethereos numes.
175Se acaso triumphar o ausonio Turno,
Os vencidos, convenho, a Evandro passem,
Daqui se aparte Iulo; nem com armas
Contra este reino os meus, revéis conspirem:
Se a victória coroa o marte nosso
180(Como antes cuido, e os deuses m’o concedam),
Eu não pretendo o imperio, e ao Teucro menos
O Italo sujeitar: em laço eterno
Lei justa invictos una os povos ambos.
No culto intervirei; na guerra o sogro:
185Tenha o solemne mando. A nova Troia
Funde-se, e o nome seu lhe dê Lavinia.»
Enéas finda; e começou Latino,
Seu olhar para cima e a dextra alçando:
«Á terra, Enéas, juro, ao pégo, aos astros,
190E aos gemeos de Latona e ao deus bifronte,
E ás potencias do abysmo e a Dite sevo;
Juro ao pae que a troar sancciona os pactos,
D’ara ás chammas que toco, aos numes todos,
Que, succeda o que fôr, jamais a Italia
195A paz ha de romper, nem fôrça alguma
Della me desligar; bem que um diluvio
Nas ondas solva o mundo, o céo no inferno:
Como este sceptro (e o sceptro aqui sacode)
Nunca enverdecerá com sombra e folhas,
200Pois extirpado, sem têr mãe que o nutra,
Depoz no bosque a ferro a coma e os galhos;
Arvore já, que industre mão de engastes
Ereos ornara aos regios paes latinos.»
Dest’arte as allianças confirmavam,
205Em presença dos próceres; e as rezes