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Página:Eneida Brazileira.djvu/367

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Degolam para o fogo, e sôbre altares
As entranhas em pratos lhes palpitam.
Muito ha que o duello desigual parece;
E de mais perto os Rutulos em susto
210Observam como Turno a passo lento,
Livido e mudo o juvenil semblante,
Submissa a vista, as aras acatava.
Ao vêr a irmã Juturna que o murmúrio
Cresce, e desvaira o vacillante vulgo;
215Fingindo-se Camerte (por avoengos
E paterno valor, por si preclaro),
Semeando rumores corre as filas,
Destra aos Rutulos clama: «Não vos peja
Que por tantos se arrisque uma só vida?
220Em número e denodo iguaes não somos?
Eil-os presentes Arcades e Troas,
Da Etruria a fatal hoste infensa a Turno:
Cada qual seu contrário apenas temos.
Elle que aos divos se ale, aos quaes se immole,
225Vivo na voz da fama; e em ócio quedos,
Nós cá, perdida a patria, ao jugo estranho
De suberbos senhores nos rendamos!»
Isto afoguêa os moços; e um sussurro
Pelas turmas serpêa. Já mudados
230Laurentes e Latinos, que esperavam
Em seguro, a paz rôta e pugnar querem;
Do infortunio de Turno se amiseram.
Mais Juturna os instiga, e um sinal mostra
Que a proposito os animos conturba,
235Do prodígio embaídos: aguia fulva
No rubro ether caçava um sonoroso
Leve marinho bando; e a vôo ás aguas
Presto resvala, e empolga um cysne bello
Na ávida garra. Os Italos se alentam;
240E as aves todas, oh portento! a fuga